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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Era pelo Estio que se perdia a virgindade




Recordo aquele dia de Estio deleitoso

perfumado de feno, pinho e alecrim

o recanto umbroso do rio da mocidade

escondido entre fraguedos

guardiões da verdade

 

Aquela tarde sem fim

em que fui Fauno por encanto

e a minha doce companhia

uma Dríade lendária

quando sem sombra de mal

nos entregámos a inocentes

e aquáticos folguedos

sem maldades ou medos

 

Recordo as fugas simuladas

por entre giestas e fragas

as dissimuladas perseguições

o bater aberto dos corações

a ternura dos abraços

o beijo apaixonado

até então nunca experimentado

 

E recordo o momento mais ardente

em que nos demos por vencidos

tomados de paixão emergente

já completamente despidos

 

Virgens?!

… éramos os dois..

...E depois!?

 

Ninguém se deu conta

que naquela tarde de Estio perfumado

em que o amor desponta

sadio

perdêramos ambos a virgindade

levada para sempre

na limpidez da água corrente

 

Tudo ocorreu com naturalidade

com a correnteza da verdade

na mais pura e santa inocência

 

Não houve choros

nem ranger de dentes

nem palmas

nem traumas

ninguém levantou a voz

muito menos nós

a tal fizemos referência

 

Era pelo Estio

nas águas do rio da mocidade

que se perdia

a virgindade

 

!?

oiss

eramos onados nunca antes experimentados

In Mulheres de amor inventadas (1.ª Edição, Outubro de 2013)