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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Do Amor e de Deus





Por qualquer inaudita razão
que não é assim tão evidente como eu pensava
as palavras mais frequentes nos meus poemas
são Amor e Deus

Dir-se-á que sou um homem de fé

Não
não sou um iluminado
nem tenho assim tanta fé

Sou antes um homem de dúvidas
de dilemas
sem dívidas para ninguém
mas que tem um pouco de esperança

E só tenho esperança
porque vivo na incerteza
sinto as minhas dores
e as dos outros
sou dado a amores
e vivo angustiado

Por isso rezo
e me reveso
em religiosidade
embora não saiba onde mora a verdade

Amor e Deus
são a mesma coisa

Deus mora no meu coração

O Amor é a Sua emanação

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A Lei Maior do Amor




Aprendi
no muito que amei e sofri
que o amor e a alegria
assim como a poesia
são potenciados
se partilhados

E que o expoente da potência que os potencia
é igual ao número daqueles
com quem se partilha

Inversamente
a paixão
reduz-se a dois
que se não ousarem a mais alguém amar
acabarão por se separar
e sofrer
depois

É por isso lícito pensar
que sem partilha não há amor
podendo, embora, a paixão acontecer

E também que se alguém ousar amar
a Humanidade
com todo o seu coração
e por ela se fazer amar
acontecerá, então
a Iluminação

Esta a Lei Maior do Amor
que aprendi
no muito que amei
e sofri

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Este poema é para si




É com alegria

que lhe dou a ler

esta banal poesia

que escrevi

a pensar em si

 

Você é um ser único

sem igual

 

Vive aqui a meu lado

e faz-me companhia

neste mundo encantado

de sonho e fantasia

no qual

só o amor é real

 

Em si me vejo

e revejo

porque lê o que escrevo

embora eu não saiba se sente o que eu sinto

e se pensa o que eu penso

ainda que sinta e pense bem

 

Por isso lhe sorrio

e lhe envio também

este abraço

sem embaraço

e lhe expresso amizade

de verdade

 

Obrigado

portanto

por comungar

e partilhar

este meu encanto

 

Vale de Salgueiro, domingo, 25 de Julho de 2010

Henrique António Pedro

 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Amar mais e mais e mais




Os meus olhos não vêem além do horizonte
e os meus ouvidos
não escutam mais que os sons e os ruídos próximos
fugidios

As minhas mãos não tacteiam mais que a pele de corpos
e a superfície dos objectos

O meu coração apaixona-se sem sabe porquê
e o meu cérebro mais não suporta que uns quantos raciocínios

A minha alma angustia-se e mergulha em ansiedade
porque não sou livre
e estou limitado
encarcerado
dentro de mim

A olhar o mundo e o cosmos
por uma estreita fresta
por onde mal passa a luz do dia

Por isso o meu espírito se incendei em poesia
e anseia por ver mais
tactear mais
ouvir mais

E amar mais
e mais
e mais