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sábado, 23 de abril de 2016

Poema acabado de florir com a Primavera



O vento arrasta a chuva por mim a dentro
em bátegas de impaciência

Mergulho numa aborrida dormência

Procuro sinónimos de mim e de Primavera
a mais bizarra sinonímia que posso imaginar

Sou um novelo de liberdade
em que me enredo e emaranho
quando apenas pretendia me libertar

Um emaranhado de amor
de tanto amar

Uma nuvem negra de angústia
uma borbulha de ansiedade
um cachão de raiva
um furúnculo de repulsa
um borboto de lixo
uma ampola de azia
um balão de demência
um poço de loucura
uma câmara de tortura
uma catedral vazia

Acordo

Havia adormecido

sem me ter apercebido

nem dar pelo tempo passar

já há sol a fulgir

lá fora

à minha espera


Sorrio

agora

dentro de mim

há um botão de flor a desabrochar

um poema acabado de florir ao romper da Primavera

 

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 29 de Março de 2010

Henrique Pedro