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sexta-feira, 31 de março de 2017

Alguém me diz o que faço aqui?




Pergunto-me
desde que me conheço
e procuro-me por toda a parte

Não sei quem sou
mem o que faço aqui

Que missão é a minha?

Porque sina
ando perdido
amando e sofrendo sem tino
ou sentido?

Responde-me a Ciência com mil fórmulas
máquinas, computadores e televisões
a Filosofia com mil adivinhas
a Religião com as melhores intenções

Mas não são essas respostas que eu espero
nem quero
e mais ainda desespero
e com poesia me lamento
 como se fora um condenado
sem culpa formada
 
Talvez seja essa a ideia

Talvez deva ser eu a libertar-me desta terrível cadeia
do desconhecimento



terça-feira, 28 de março de 2017

Poisam poemas pela Primavera



O meu pensamento batia a todas as portas
angustiado
mas não tomava assento

E as palavras voavam em remoinho
como folhas mortas
pássaros sem ninho
ao sabor do vento

Mas eis que chega a Primavera
do nosso contentamento
tempo de alegria
reino da poesia

Agora as palavras voam livres
felizes
por toda a parte
como pássaros
como flores de todas as formas, sons e cores
de rara arte e beleza

Concertadas em versos
em poemas alados
amores perfumados
dispersos pela Natureza

Poemas que esvoaçam, poisam e chilreiam
por todo lado



terça-feira, 21 de março de 2017

Digam lá se isto não é poesia!






Digam lá se não é poesia
o começo da Primavera

Digam lá se não é poesia
o desabrochar de uma flor
a espera ansiada
e já com amor
da mulher amada
mesmo se ainda nem é
sequer
nossa namorada

Digam lá se não é poesia
o sorriso que a criança oferece
sem que se lho peça
mesmo que não se mereça

Digam lá se não é poesia
tudo receber com alegria
mesmo se não nos apetece
aceitar

Digam lá se não é poesia
tudo que oferecemos com fantasia
quando nada temos
para oferecer

Digam lá se não é a poesia
a mais linda forma de dar
e receber
que é
amar!

Vale de Salgueiro, domingo, 21 de Março de 2010
Henrique Pedro


sábado, 18 de março de 2017

Ouço o eco da minha voz no infinito



Em dia-noite
escuro
chuvoso
e frio
tropeço numa pedra de silêncio cósmico

Caio
mas levanto-me
a custo

Venço o medo
e retomo o caminho
com os joelhos da Razão a sangrar
dúvidas e angústias

Paro
por fim
no umbral do templo do Tempo
esgotado o Espaço
e grito em silêncio:
- «Eu não reconheço nem aceito a morte!
Sou ou não sou filho de Deus?»

A minha voz ecoa no infinito
persiste

Ouço o eco

É tudo que me resta e me basta
embora nem saiba onde moro

Prova de que vivo
não morro
e Deus existe




sexta-feira, 17 de março de 2017

Quem tem olhos tem alma




Quem tem olhos tem alma
ainda que bom
ou mau
coração

Quem tem olhos tem alma
e pensa
embora possa não ter razão

Quem tem olhos tem alma
mas menos vê
se anda cego
de ambição

Quem tem olhos tem alma
e chora
embora possa chorar
sem sentir
compaixão

Quem tem olhos alma
e a luz do amor
no seu interior
embora possa não amar
por não querer

Quem tem olhos tem alma
embora possa não ver
nem acreditar




terça-feira, 14 de março de 2017

Pão, amor e poesia



Como o pão que me alimenta
é a poesia que me sustenta
me faz viver
lutar
sorrir
resistir

Porque há um nexo de esperança
de inabalável alegria
e verdade
na minha poesia

Uma constância de Fé
que tem no Amor a força maior
na Verdade o caminho
em Deus origem e destino
e só encontra fim na Eternidade

Às vertigens de angústia
que por vezes me assolam
temores de que me engano a mim mesmo
receios de que apenas iludo a minha dor
respondo com relances de espiritualidade
que me consolam
e iluminam a Razão

A minha poesia é teimosia
ardor visceral
intemporal
mais forte do que eu

Deus ma deu
a plantou no meu coração



sábado, 11 de março de 2017

O que mais a mim me faz pensar…





Ainda assim

o que a mim mais me faz pensar…

 

É justamente admitir que um dia

irei ter que me separar

daqueles que por tão bem lhes querer

ainda mais a vida me fazem amar

 

É pensar na razão de ser

de tão puro amor interior

e na dor

de um dia ter que os perder

 

Consola-me a ideia, porém

de que o Criador, para nosso bem

e para nos pôr a reflectir

assim o quis dispor

 

E por força desse pensamento

rasgar-nos o coração por dentro

a Alma e a Razão nos abrir

garantindo-nos a Redenção

numa terna e eterna união

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 27 de Junho de 2012

Henrique António Pedro

 

 

 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Há sempre uma mulher que me inspira



Há sempre uma mulher que me inspira

Sempre que o meu espírito se diverte

sem que nada diga

à Razão

 

E procura na poesia

a luz

o sorriso da alegria

o sentido da vida

um lampejo de paixão

 

Há sempre uma mulher que me inspira

que me conduz

me excita o coração

 

Uma mãe

uma amiga

uma amante

vivendo perto

longe

distante

no além

 

O seu olhar

o seu falar

o seu amor

a sua dor

a sua recordação

semeiam na minha mente

a semente do dilema

que se acende

e arde em poema

 

Pensamento pensado com emoção

qual laivo de vento

que é tormento

agora

mais tarde

agora já não

 

Henrique António Pedro

in Mulheres de Amor Inventadas 

Copyright © Henrique Pedro (prosaYpoesia) 

1.ª Edição, Outubro de 2013 

Depósito legal n.º 364778/13 

ISBN: 978-989-97577-2-1


sexta-feira, 3 de março de 2017

Um poema poderá ser uma ave solitária




Um poema poderá ser uma ave solitária
ornada de penas

Que pousa
nas antenas dos telhados
ao lusco-fusco do fim do dia

E o seu canto o ciciar dos namorados
ao amanhecer
ou o simples roçagar de asas
do coração

Poderá ser uma ave solitária pensando na vida
a olhar  o mundo de cima
recortada no luar
à procura de que rumo tomar

Uma ave que solta um pio
levanta voo
e se perde no fumo
da imaginação

Um corvo sem alegria
da Lua enamorado
negro como a noite
à procura de um sol que o acoite

Um poema
bem poderá ser o que bem se quiser

Um pássaro
o Sol
a Lua
uma mulher nua poisada na rua
a poesia da criança a aprender a andar
para alegria dos pais

Um poema poderá ser tudo
aquilo que ao poeta aprouver
e ainda muito mais