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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

A quantos a quem amei embora não tanto quanto devia





A quantos a quem amei embora não tanto quanto devia

 

São boas recordações ainda assim

embora me mortificam e desalentem

porque o tempo e o vento as transformam em saudade, soledade e nostalgia

e me deixam aborrido

ferido

sem alegria

à procura de novo sentido para a vida ainda não vivida

 

A quantos a quem amei embora não tanto quanto devia

 

A mesma saudade que, contudo, se transmuta em apelo do futuro

em fé no devir

em razão de ser e sorrir

por força de quantos não amei tanto quanto devia ter amado

e de tudo que não vivi

 

Ainda estou em tempo de remir ainda assim

 

A quantos a quem amei embora não tanto quanto devia

mas ainda assim poderei mais amar

com redobrada soledade e nostalgia

 

A quantos a quem amei embora não tanto quanto devia

esta elegia da saudade

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 27 de Novembro de 2009

Henrique António Pedro