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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Quando o coração arde de amor sem se consumir

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Quando o coração arde de amor

sem se consumir

e aquece

sem queimar

e ilumina

sem ofuscar

 

Então…

 

A mente dispensa a matemática

para bem entender

a poesia não precisa de gramática

nem de rimar

os olhos não carecem de luz

para ver

à boca não falta o pão

para comer

e matar a fome

a paz não precisa de guerra

para se afirmar

e ninguém tem que matar

para sobreviver

 

Quando o coração arde de amor

e se não consome

jamais a paixão será ilusão

e nada na vida

é para esquecer

 

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domingo, 21 de outubro de 2012

Só a sua presença me fará esquecê-la!



Agora que partiu

e me deixou afogado em saudade

 

Agora que não a tenho ao pé de mim

de verdade

tudo me fala dela

e não deixa que eu a esqueça

 

Cada flor que sorri

cada ave que chilreia

cada criança que ri

as águas do rio que se precipitam fragorosas no açude

o sol que incendeia

a lua que se desnuda

e julga que com o luar me ilude

 

Tudo martela o nome dela nos meus ouvidos

aviva a sua lembrança na minha mente

e rasga o seu afecto no meu coração demente

repartido por todos os sentidos

 

Se a fome me desperta

se o cansaço me toma

se me assalta o desejo

é nela que penso

 

Como poderei esquecê-la se tudo em meu redor

dentro de mim grita por ela?

 

Acaso posso abafar o vento

silenciar as aves

calar as crianças

apagar as estrelas

secar as flores

matar a saudade que me consome por dentro?

 

Só a sua presença me fará esquecê-la

 

Que venha!

Que regresse

se pretende que eu a esqueça.


Vale de Salgueiro, sexta-feira, 3 de Abril de 2009

Henrique Pedro


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pedro, pedreiro de poemas

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Arranca o poeta uma ideia

cheia

tamanha

da montanha da inspiração

 

Uma pedra

de angústia

dor

amor

ou saudade

 

Um penedo

de coragem

medo

ou desilusão

 

Olha-a na perspectiva da verdade

burila-a com os olhos e os ouvidos

afina-lhe a imagem

com os cinco sentidos

 

Martela-a com o coração

afeiçoa-lhe o metro e a rima

adoça-lhe a entoação

e doura-a de fantasia

 

Assim o poeta compõe

uma peça de poesia

que expõe

ao olhar

da multidão

 

Na ideia de que será digna de figurar

numa antologia

paradigma de criação

 

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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Levanto-me e caminho…

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Sozinho

levanto-me e caminho

levado pelo vento

da verdade

que sopra de todo o lado

a todo o tempo

 

Paixão que me assola

saudade que me consola

milagre que já tarde

tarda

 

Absorto na lembrança do futuro

no desejo imaturo

de ser feliz

 

Abjuro o poder

anelo a glória

agarro-me à raiz

recuso ir-me embora

 

Vou andar por aí

mundo fora

ficar por aqui

ao lado dos meus

 

Caminhando por mim a dentro

para onde mais forte sopra o vento

na procura de Deus

 

O Cosmos é o meu Templo

 

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domingo, 14 de outubro de 2012

Poema da morena

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Não tenham pena

da morena

por não saber ler

que a morena

sabe escrever

e dizer

melhor

que ninguém

 

Escreve poesia

como nunca li

que deleita

e sabe bem

 

De noite

ou dia

quando anda

quando fala

quando dança

quando canta

se deita no leito

no perfume que exala

ou simplesmente sorri

 

Cada trejeito

seu

é um verso

um universo

de bem escrever

que faz o jeito

meu

 

E seu corpo é um poema

de poesia de encantar

que só mesmo a morena

sabe como declamar

 

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