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sábado, 12 de janeiro de 2013

É sempre de si que o poeta fala




Quando chora ou ri

Quando cala
ou canta a dor
ou exalta o amor

Quando se angustia
e abre a mente à fantasia

Quando vitupera a mentira e a guerra
e reclama a paz para a Terra

Quando uiva de saudade

Quando põe a nu a verdade
e denuncia a falsidade

Ou quando se dá ao desfrute
de nada dizer
em rima exaltada

É sempre de si
que o poeta fala

Mesmo quando de si
nada diz

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Abro a janela da alma e ponho-me a gritar





Refugio-me da chuva
neste frio dia de Inverno
do mês derradeiro
do ano
de tão triste engano

Grossas gotas de angústia
e desânimo
batem forte na vidraça

Vejo o meu país
em torpor
varrido por ventos
uivantes
de dor
e desgraça

Percebo mil imagens e ruídos
apelos doridos
gemidos
choros de crianças
que não conseguem adormecer

E ouço o povo
que a si mesmo se diz:
Para que lutar?
Melhor será deixar acontecer

Já se perdem as derradeiras esperanças

Sinto frio dentro de mim
tenho medo
assusta-me o futuro

Interrogo-me 
ainda assim
angustiado
de nariz colado
ao vidro
calado

Mas a mais não me aventuro

Já ninguém escuta ninguém
todos temos tudo a perder
já nada a democracia ressalva

Que poderei eu fazer?

Irracional
abro a janela da alma e ponho-me a gritar
de rompante:
- «Aqui, em Portugal
ou nos salvamos todos
ou ninguém se salva!
Portugueses!
Avante!»

Alguém me há-de escutar!

Vale de Salgueiro, terça-feira, 13 de Janeiro de 2009
Henrique Pedro

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Éter e eternidade




Nem sempre só
e em silêncio
me sinto em solidão

Ruídos remanescentes
impedem-me de acordar
do vivo torpor
que é a vida

Os afectos que me ligam ao mundo
impedem-me de mergulhar
mais fundo

Ainda assim, no silêncio
melhor ouço o coração respirar
e o espírito mais livre a arfar
de amor

Mas só no silêncio
e na solidão
conheço o sucesso
e tenho acesso
ao meu ser

Só em silêncio
e na solidão
navego no éter
rumo a eternidade

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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

É a poesia que me desperta




Que desejo
que dilema
que prazer de encantar
me fazem assim sonhar
despertado por um poema
em poesia a florir?

É a saudade dela
nua
dos seus beijos ardentes

É a Lua
coberta
de docilidade

São as estrelas luzentes
reflectidas no seu olhar
que assim me fazem fruir

Fazer amor com ela
de janela aberta
banhados pelo luar
me desperta

Não consigo mais dormir

Que desejo
que dilema
que saudade
que prazer de encantar
me fazem assim vigilar?

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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Melhor é amar sem dar pelo tempo passar




As folhas do calendário
são o nosso fadário

Registam os dias
os meses e os anos
as alegrias
os enganos
o sofrimento

Os relógios contam as horas
as demoras
da felicidade a chegar

Não há tempo a perder
melhor é esquecer
parar de sofrer
e amar
sem dar  pelo tempo
passar

(FELIZ 2013)


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