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sábado, 13 de abril de 2013

Amo-a, mas…não gosto dela




Amo-a
mais do que devo
mas…
ainda assim
lhe digo
que não gosto dela

Gostava sim
que ela fosse diferente
ou me fosse indiferente

Gostava de a amar
e dela gostar
tal como é
e como ela quer
mas…
sinceramente
não gosto de dela!

Diz-me ela
que não há mas
nem meio mas
que é puro engano

Ou a amo
e gosto de dela
assim
como é
ou não amo

E que só assim
também lhe gosto
isto é
só assim ela gosta de mim

Pois é
será!
É esse o meu desgosto

Saber que a amo
mas que não gosto dela
e que assim
mão lhe gosto


Amo-a
não gosto de dela
mas…

ainda assim
a quero

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A minha aposta é inundar o mundo de poesia




A minha aposta é inundar o mundo
de poesia

Colher poemas na natureza
e na vida
e lançá-los nos ares
com a devida leveza
para que as aves
as rádios e os jornais
as televisões e as redes sociais
os semeiem nos corações
e a poesia se torne
no motor das multidões

Para que a ninguém falte a paz
nem o pão
no dia a dia
e sempre sinta alegria
em seu coração

Para que a angústia de sofrer
se dilua em melodia
e o desassossego
seja só
o enlevo de viver

E para que assim
a poesia se cumpra
por fim
como augúrio
da nova humana condição

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Luar




Passo um braço pelos teus ombros
com doçura
e tu abraças-me pela cintura

Assim abraçados
e para Sul voltados
as nossas silhuetas recortam-se no luar
sob a abóbada celeste azul
brilhante
ponteada de estrelas
em incessante bruxulear

Dizes-me que gostarias de viajar
até à estrela mais distante
a mim assim abraçada
e perguntas-me em que penso eu

Penso numa estrela mais próxima
cujo coração sinto cintilar
aqui
penso em ti
respondo
inebriado de paixão

A noite ilumina-se com o teu sorriso
abraçamo-nos ainda mais forte
voltados agora um para o outro
cada um para o seu norte
recortando o nosso amor
no luar

terça-feira, 9 de abril de 2013

Nem a mim nem ao mundo






A vida é uma frustração
o cosmos um caos
e o universo
pouco mais que  um verso

O amor
é uma flor
e a Terra
dizem
um paraíso perdido

Dor
é aberração
e sofrer
não tem sentido

Eu
vagabundo
apesar do muito que já vivi
amei
e sofri
continuo sem me entender

Nem a mim
nem ao mundo

Forçoso é viver

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Aqui tão perto de nós, o Além




A vida

não é o momento em que vivemos

começa antes de nascermos

e vai mais além

 

Mas não é além

no horizonte

o Além

 

É já ali

numa avenida da vida

na angústia perdida

aqui

além

ao virar da esquina

da ilusão

 

A norte da morte

a sul da saudade

oriente da esperança

poente da ambição

dança e contradança

do coração

 

Viver e morrer

é destino de toda a gente

infortúnio e felicidade

mentira e verdade

inexoravelmente

 

Todos para lá vamos

ninguém de lá vem

do Além

velhos ou novos

trôpegos

sôfregos

mais velozes que qualquer avião

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 9 de Fevereiro de 2010

Henrique António Pedro