sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Oração fúnebre para um amigo
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Para onde quer que vás Luís Vaz…
O imortal poeta da gesta da lusa gente
morreu na miséria
indigente
Dele me lembrei quando também eu passei
pela Ilha de Moçambique
a mítica ilha do mar Índico onde
Camões
penou de verdade
de mão estendida à caridade
no regresso do Oriente
expoente de desilusões
Ali havia uma estátua de bronze
erigida num recanto sem encanto
que servia de pouso a pássaros
que lhe defecavam na cabeça
embora melhor mereça
Não sei se ainda lá estará
se não jazerá nalgum monturo de inutilidades
nalgum armazém de históricas banalidades
ou ornamentará o lar dalgum nativo
mais imaginativo
que nele encontrou a magia
e o perfume
da poesia
Foi lá
e então
que me ocorreu este poema
embora só agora o dê a lume
porque hoje em dia
na minha desilusão ardem
sentimentos frustrantes
de ser português
e também talvez
por também eu pertencer aos Vaz
de Vilar de Nantes
onde o poeta nasceu
Luís Vaz foi um inútil até deixar de o ser
quando a genialidade da sua poesia
gerou ventos e marés
e construiu autoestradas de sonho
por sobre o mar medonho
Foi um verdadeiro indigente
mais mal pago que um qualquer operário
que com mais acerto, por certo
lavrava a terra ou caiava paredes
Foi um sem-abrigo
semi-anjo
quasi-deus
um extraterrestre sem interesse
a quem o soldo não bastou para regressar
à Pátria que o enjeitou
Poeta e soldado o foi onde havia verdade
sonho, amor, mistério e poesia
que um dia ergueram um Império de Humanidade
hoje em dia sem utilidade
tanto quanto sei
Para onde quer que vás, Luís Vaz…
lá estarei!
Vale de Salgueiro, quinta-feira, 30 de Setembro de 2010
Henrique António Pedro
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Deixem que o amor e a água corram livremente
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Quando o coração bate à porta da alma
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
O cálice da paixão
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Pede-me que lhe escreva um poema de amor
Ela
sabe bem que o poeta fantasia
ainda
que sempre o faça por amor
e não
para enganar ninguém
Embora
só a si próprio se iluda
com
o ilusório solilóquio
com
que alivia
sua
dor
Pede-me
ainda assim que lhe escreva um poema cor-de-rosa
sem
imaginar como me perturba
tal
o dilema
em
que me mete
Não
porque me não dê sedutoras mesuras e motes
estrofes
e rimas
tantos
são os seus atributos
tão
fortes os seus dotes
tão
ousados os seus decotes
ou
não fora ela toda feita de poesia
e
de prosa
Vaidosa
pede-me
ainda assim que lhe escreva um poema
cor-de-rosa
Um
poema de amor que a faça sonhar
sem
imaginar
como
me compromete
Não!
Poemas
de amor não tenho devolutos
Que
se contente com este poema de verdade
que
de amor não deixa de ser
embora
de um género mais “soft”
a que
se chama amizade!
Vale
de Salgueiro, domingo, 8 de Agosto de 2010
Henrique
António Pedro