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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A alma tal qual a sinto




A alma tal qual a sinto
não é branca
ou negra
etérea
ou sequer vaporosa

É uma luz interior
cor-de-rosa

Um vórtice de amor dentro do meu ser
que anseia tudo abraçar em redor
ao som de uma cósmica orquestra sinfónica

A Terra
o Céu
as Estrelas e Galáxias
o Universo inteiro
e tudo devolver à vida
em explosão cósmica de amor

A alma tal qual a pressinto
é um sopro
de pensamento

Sou eu e meus eus
sem corpo
feitos vento
a voar
para Deus



quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Será amor, a paixão?




Será amor, a paixão?

Entre um homem e uma mulher

sempre poderá haver

uma relação de amor


Que poderá ser amizade

de verdade

ou mesmo se converter

numa assolapada paixão


Mas será amor, a paixão

quando reclama exclusividade

é marcada pelo lume do ciúme

e é prisão?


O amor é partilha

ágape

liberdade

inclusão


A paixão

por si só

não é amor, não

é antes fonte de dor

obsessão


Entre paixão, ódio ou indiferença

o amor faz a diferença


Vale de Salgueiro, quarta-feira, 24 de Novembro de 2010

Henrique António Pedro



terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A alegria triste de Inverno



Inverno

Inferno frio
acinzentado

Céu coroado de nuvens
que me fazem refém
do silêncio denso
pesado
compassado
que se instala por mim a dentro

Frio fino que me morde a pele
me penetra e me pica
os ossos e os músculos

Inverno

Ténues crepúsculos são os meus dias
e as noites distendidas
nostalgias de labaredas
acesas
na alma

Tempo de calma
de reflexão
hora de resistir
de me despir por dentro
e me vestir por fora

Sangue a ferver no coração
a implodir de liberdade
e a explodir de caridade
e paixão

Inverno

Uma alegria triste
que em mim persiste



domingo, 8 de janeiro de 2017

Ofereço poesia. Aceite!




Arranco raízes da alma que embalo em versos
orvalho-as com o sangue fervente do coração
e lanço-os ao vento pensando nalguém
que as poderá apanhar
e sentir
que é toda gente

Outra coisa não tenho para dar a quem me pedir
apenas ideias e afectos
para oferecer
glórias ilusórias
nada que se possa comprar ou vender

Ofereço poesia ainda assim
dou tudo de mim
que é tudo quanto tenho




quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Sons surdos de saudade





Silêncios dilacerantes
rasgam-me o peito
e trazem-me desfeito
com o sentimento
de que a perdi

Ruídos que me roem por dentro
sons surdos de saudade
ecos de ansiedade
ondas de impaciência
geradas pela sua ausência

Abro os braços ao ar
na esperança que o vento
para ela me leve
a voar
ou assim a traga de novo
leve e livre
para mim

O vento do destino, porém
com desdém
só me deixa mais só
bobo
e sem tino



(*) Do meu baú de recordações
  
Cascais, 16 de Setembro de 1970