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sexta-feira, 23 de junho de 2017

Portugal morreu? A minha Pátria, essa, não!


 

 

Portugal morreu?

ainda não!

Jaz moribundo às mãos da corrupção

e das teias de traição que o inimigo teceu

 

Portugal morreu?

A minha Pátria, essa não?

 

A minha Pátria é o meu Povo

é a Língua que fala

a História que conta

é Verdade, é Democracia

é poesia do tamanho do mundo

do Quinto Império nostalgia

futuro que o povo reclama

 

A minha Pátria é Camões, é Gama, Vieira e Pessoa

Albuquerque, Silveira, Santo António de Lisboa

é Aleixo Corte-real, o notório Honório Barreto

é Portugal etéreo, amarelo, branco e preto

 

A minha Pátria é fogo, é chama, é fumo

é uma Nação enganada

à procura dum novo rumo

 

A minha Pátria é o meu Trás-os-Montes natal

suas lágrimas e suas fontes

meu Santo Graal

 

Portugal morreu?

A minha Pátria, essa, não!

 

A minha Pátria é Portugal!

  

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 4 de Junho de 2012

Henrique António Pedro




quarta-feira, 21 de junho de 2017

Ser livre é viver feliz







Eu próprio
em liberdade
me sinto numa prisão
infeliz

Numa gaiola maior
do tamanho da Terra
com grades de angústia

Por isso lhe daria a liberdade
se tivesse a garantia
de que livre
sobreviria

Porquê condená-la à morte
prematura
se a sei feliz a chilrear
enquanto viver
nesta postura?

Acabará por morrer

Pois então que morra
mas que morra livre
e verdadeira

Que aprenda que ser livre
é viver feliz
mesmo prisioneira



terça-feira, 13 de junho de 2017

Os poetas são como os pássaros



Os poetas são como os pássaros

passam os dias a cantar

à espera da Primavera

para poderem amar

 

A Primavera dos poetas, porém

é como o vento

não tem hora de chegar

e quando chega

se chega

não sabe ninguém

quanto tempo

irá ela

demorar

 

As penas dos poetas não são penas de voar

são poemas

são dilemas

pesadas penas

de tanto se angustiar

 

São plumas coloridas com a cor do amor

a principal cor

da paleta do poeta

 

São alegrias fugidias

são versos

são poesias

 

Os poetas são como os pássaros

passam os dias a cantar

procurando em vão

seu coração alegrar

tristes por não saber

voar


Vale de Salgueiro, terça-feira, 3 de Março de 2009

Henrique Pedro





domingo, 4 de junho de 2017

Poema escrito com a tinta do meu coração




Escrevi umas tantas palavras
com a tinta do meu coração

Que verti em taça de cristal
à hora do meio-dia
quando o Sol está mais vertical
tal a paixão que em mim ardia

Enchi, depois, esse vaso cristalino
com luar
tal era o meu desejo de a amar

Ela pensou que era apenas perfume
que eu lhe oferecia

Aspirou-lhe, de pronto, o aroma
e tomou-lhe o sabor
sem se aperceber
que era um filtro de amor
que a incendiava com o lume divino da paixão
sem outro remédio nem contrição

Verti
por fim
tais palavras de poesia
com alegria
no rio do nosso destino

Assim a seduzi
a ela
e me redimi
a mim



segunda-feira, 29 de maio de 2017

Atirando pedras aos sonhos



Também
sobre mim
se abateu
o manto opaco da dúvida
que nada me deixava ver
ouvir
sentir
saber

Encurralado
não tinha como
nem para onde fugir

Andava perdido
como os demais

Vivia dias de pesadelo
com medo de viver
noites em vigília
gritando
com medo de dormir

Desesperado
atirava pedras aos sonhos
para os espantar
mas os sonhos regressavam
voando
em bando
teimando em não me largar

Era eu que não me dava por vencido

Acabei por compreender
que só acorda
quem se não deixa adormecer
e só vive quem sonha
e atira pedras aos sonhos



domingo, 28 de maio de 2017

Coisas que me dizes sem querer




Coisas que me dizes sem querer

 

Dizes-me coisas que nada me dizem

Coisas que a mim me fazem sofrer

Coisas que tu não dizes por dizer

Coisas que a ti só te contradizem

 

Coisas que tu me dizes sem querer

Coisas que os teus olhos bem desdizem

Coisas que contigo não se condizem

Coisas que tu dizes, mas a doer

 

Coisas que a ti dizes sem saber

Coisas para que meus olhos ajuízem

Coisas de bem-querer, é bom de ver

 

Coisas e sorrisos a desdizer

Coisas que de ti mesma tão bem dizem

Coisas e coisas só para me prender

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 12 de Junho de 2012

Henrique António Pedro