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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Um quantum espiritual

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Desdobro-me

saio de mim

e assim

me vejo por fora

 

Viajo para outro sítio

permanecendo aqui

 

Salto no tempo

mudo de espaço

e vou-me embora

sempre e agora

preso a mim

enredado na ilusão

que me enleia

 

Penetro no meu próprio corpo

viajo por cada artéria e veia

nado nas aurículas e ventrículos

pulmões e testículos

banho-me no coração

 

Balanço-me nos axónios

do meu próprio cérebro

salto de neurónio em neurónio

feito ideia e afecto

homem completo

 

Sou uma ínfima parte de mim

que se não dissocia

 

Um quantum espiritual

uma centelha de bem

outra de mal

 

Uma boa sensação

que me percorre por dentro

me visiona por fora

e viaja pelo Cosmos além

mas não tem dimensão

 

***

terça-feira, 14 de agosto de 2012

É a minha alma, que à tua, eu quero dar




Quando te abraço

em terno

etéreo

eterno amplexo

é a tua alma

que eu quero estreitar



É a minha alma

em reflexo

que em definitivo

te quero entregar

quando me abraças

em amoroso abraçar



É a tua alma

que eu quero ver

e é a minha alma

que eu quero que tu vejas

quando nos olhamos

com os olhos de amar

quando te desejo

e tu me desejas

ardentemente



É a tua e a minha alma

que se querem congraçar

para sempre

qual pétalas de flor

em perfeito congresso

de sexo

e de amor




Vale de Salgueiro, quinta-feira, 12 de Novembro de 200920120814
Henrique Pedro

domingo, 12 de agosto de 2012

É sempre de mim que falo

untitled

 Quando escrevo poesia
 e lanço meus versos ao vento

 Por mais que me esconda ou disfarce
 me liberte ou embarace
 é de mim que falo
 a todo o tempo

 De mim a mim
 e de mim aos outros

 Deixando que os olhos e os ouvidos do mundo
 e as aves do céu
 tomem as minhas palavras
 e distorçam meus versos e rimas

 E gerem novos sorrisos
 novas ideias e afectos
 capazes de enxugar lágrimas e angústias
 de aliviar a dor
 de viver e de ampliar a alegria
 de acreditar num único amor
 numa só forma de amar

 No qual todos nós
 poetas ou não
 acabaremos um dia
 por nos reencontrar  

Vale de Salgueiro, terça-feira, 12 de Janeiro de 201020120812
Henrique Pedro

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Hoje, vou limitar-me a amar

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 O vento parece de feição
 o Verão vai quente
 e o mar está chão

 Vou surfar o dia inteiro com a minha amada
 deixar o corpo ao sabor das ondas
 abandoná-lo ao sol
 na areia
 sem outra ideia

 Hoje vou limitar-me a amar
 sem me limitar

 Vou deixar o sonho
 enrolar-se na nudez
 da fantasia

 Sem me importar com a nortada
 a maresia
 a timidez
 da minha amada
 a poesia

 Depois se verá
 ao certo
 se liberto
 despertei
 ou se me limitei
 a me limitar

 a amar
 
Vale de Salgueiro, sábado, 5 de Julho de 200820120803
Henrique Pedro

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Um amor simples, simplesmente

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 Sem tempo
 nem vento

Aberto
discreto

Silencioso
delicado
deslumbrado

De sorriso suave
solidário
comprometido
sem se comprometer

De caminhar amoroso
de mão dada sem dizer nada
e tudo dizer

De desfrute com delite
do leito conjugal
na obscuridade da sensualidade
serena
do corpo e da mente

 De amar caloroso
 terno
 eterno
 fraternal

 Delicado como uma flor
 mais forte que a dor

 Amor simples
 simplesmente

 Simples amor  



Vale de Salgueiro, terça-feira, 31 de Julho de 2012
Henrique Pedro