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domingo, 28 de dezembro de 2014

Não só pelos olhos a alma sai


 

 

Não só pelos olhos a alma sai
para se dar a ver
e ver o mundo

Para se cruzar com outras almas
e se dar a conhecer

Não só pelos olhos a alma sai
para se divertir

Também pelos lábios
a sorrir

Não só pelos olhos a luz entra
para iluminar
a Razão

Também pelas mãos
ouvidos
e demais sentidos

É com olhos acesos na alma
que vemos no escuro
e o espírito se ilumina

É pela auto-estrada do coração
que alma circula
se anima
e estua
noutra dimensão

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Cosmos e caos


 

Todas as noites
quando abro a porta
e saio de casa
deparo com a fascinante formosura do Firmamento

E muitas vezes acontece
a esmagadora dimensão do Universo
e a ordem cósmica
o sincronismo dos astros
e a pujança da vida que me envolve
lançarem dentro de mim a angústia
e o caos das ideias

Será mesmo Deus um Ser aleatório
estatístico
probabilístico
para Quem ser bom ou mau tanto faz
e que atende às necessidades dos homens
conforme lhe apraz?

Que a uns lança no caos da dor
os condena à inevitável miséria
e a outros beneficia com a ilusão da glória
uma vida bem mais sadia
premiando até
a mais desumana rebeldia?

Ou será que não existe no Cosmos
o caos
e que apenas mora no espírito do homem
que só por isso se angustia?

Sempre
em jeito de resignação
e de admissão de culpa subliminar
pressupondo que cumpro um castigo
eu mesmo me respondo
e me bem-digo
para me tranquilizar

O caos e a dor dimanam de uma ordem menor

Uma força maior
a que chamamos Amor
emana de uma entidade superior

sábado, 20 de dezembro de 2014

De tão triste, encanta


 

 
Ave triste
parda
parada

Pousada numa árvore isolada
recortada na neblina do tempo
nua
no ermo

Ave parda
pousada parada
calada no silêncio em que se cala
e angustia

Ave despassarada
que nenhum grito
eco
ou vento
espanta

Tristeza
que de tão triste
só ao poeta encanta

Ave parda pousada
parada à espera de levantar voo

Para ser alegria

Amanhã