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domingo, 19 de janeiro de 2014

Povoando ermos abandonados


Almas
em que nunca floriu uma flor
um sorriso sequer

Desertos despidos de vida
e de amor
onde ainda ninguém nasceu
e também ninguém morreu

Espaços gelados
mergulhados no silêncio
do nada
que só os poetas ouvem
e entendem

Locais onde não há guerra
nem paz
onde a própria Terra
jaz
temendo ser perpassada
por uma nova auto-estrada

Locais
em que a Natureza
ainda se faz ouvir com aspereza
desumanizada
por onde só o poeta caminha
e faz sentir
a sua tempestade interior
soltando ventos
poemas
afectos
saudades
angústias
dilemas
e dores

É nesses plainos ermados
desarmados
que procuro abrir caminho
a pé
a passo de criança

À procura de novos planos interiores
em que sejam perceptíveis
sinais de fé e de esperança

Hiperespaços de poesia
e de nostalgia
nos quais a soledade e a solidão
sejam sinais visíveis
de humanização

Povoo
com poemas

a minha solidão