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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Caminhando de mão dada




Numa destas noites mágicas de verão
caminhava eu de mão dada com a minha amada
ambos na doce ilusão de que éramos livres
estando nós prisioneiros do nosso amor
e encarcerados
além do mais
na etérea redoma a que chamamos abóbada celeste
que ainda mais nos acicata o espírito
e nos põe a sonhar

Paro para a beijar
dou-me conta de que bruxuleiam estrelas
no seu olhar

Sendo que cada estrela minúscula 
é um mundo imenso que assim se disfarça
e que cada bruxuleio esconde um número astronómico
anos-luz de tempo e distância

Também no amor se confundem o espaço e o tempo
e por isso a unidade de medida do amor
é o amor-luz

Tudo isto reluz
na luz do olhar da minha amada
quando com ela caminho de mão dada
se reflicto e releio

Ao amor o universo infinito se reduz

Vale de Salgueiro, quinta-feira, 26 de Junho de 2008
Henrique Pedro

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