sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Amanhã a Humanidade faz anos
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Roubaram Jesus do Presépio
Tiraram o Menino Jesus das mãos da Virgem Maria, Sua mãe
e das de São José, Seu pai
para pôr a Divina Criança a dormir ao relento
nua
no meio da rua
sem esperança
nem razão de ser de tanto sofrimento
Roubaram o Divino Menino do épico presépio
foi o que foi
Quem!?
Os donos do mundo, quem haveria de ser
e todos nós também, para seu contento
Contrataram, então, um velho barbudo anafado
cognominado Pai Natal
à margem do Evangelho
promovido a chavão comercial
para vender o feno, a palha
e o esterco de curral
Que Deus nos valha!
Ventos de miséria e de guerra
sopram agora por toda a Terra
a Paz jaz sepultada em túmulos de dor
lado a lado com o Amor
e a verdadeira Luz
Neste mundo governado por pilatos devassos
e tirânicos herodes
ogres satânicos
facínoras dementes
que assassinam santos inocentes
tentando matar à nascença
o pequenino Jesus
Que terrível desaforo!
Escarnecem da Virgem Maria
tratam São José com aleivosia
vilipendiam Cristo e a Cruz
É tempo de choro e de ranger de dentes
Vale de Salgueiro, segunda-feira, 24 de Dezembro de 2012
Henrique António Pedro
domingo, 18 de dezembro de 2016
Um sonho universal
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Um lapso de amor e dois de memória
Bebo café
em pé
ao balcão de uma pastelaria
O meu espírito anda longe dali
mais do que devia
sem um propósito declarado
Os olhos passeiam-se
absortos
por todo o lado
repousando vagamente sem querer
em quem entra
e quem sai
se é homem se é mulher
sem segunda intenção
Neste ínterim
a empregada
mulher linda
traz-me um pastel de nata
e pergunta-me se quero canela
A nata não seria para mim
mas de pronto respondo que sim
com mesura
e mais digo sem pensar
tocado pela sua formosura
que a quero a ela
Em dois momentâneos lapsos de tempo
acontecem dois simultâneos amorosos lapsos de
memória
de amor, café e canela
agridoce rapapé
sem vanglória
Fiquei sem saber quem eu era
onde estava
o que fazia ali
e qual seria o meu papel na história
Ante o meu embaraço
a empregada
sorri
ruborizada
Oh, que dilema!
De pronto recupero a lucidez
anoto o sorriso
perdão
o poema
num guardanapo de papel
sem mais demora
A empregada sorri-me outra vez
agora descarada
de soslaio
mas eu sem mais nada
saio
Venho-me embora
não vá ter outro relapso lapso de memória
Vale de Salgueiro, sexta-feira, 11 de Dezembro de
2009
Henrique António Pedro
domingo, 11 de dezembro de 2016
Uma piedosa mentira de amor
Disse-lhe que a amava
ela acreditou
Alegrou-me a alegria
que o seu espírito extravasou
em beijos
abraços
e gritos
Muito mais do que eu esperava
desse amor que a espaços
eu vinha deitando a perder
Ainda sinto remorsos
confesso
contrito
de não lhe ter dito a verdade
por pensar
que mais a faria sofrer a ela
do que a mim penar
A verdade é que amo aquela mulher
não como ela me ama a mim
mas amo-a de verdade
ainda assim
Fico à espera que seja ela a descobrir
docemente e sem penar
que não a amo como ela quer
por ser diferente o meu querer
Esta a virtude que a mim me ilude
se é que há virtude em mentir
ainda que por amor sentir
Esta a razão de ser
desta amorosa
piedosa
mentira
Perdoa-me! Amor!
Vale
de Salgueiro, sábado, 12 de Junho de 2010
Henrique
António Pedro
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Poema prenda de aniversário
(Abra este presente. É parar si!)
Eu ontem fiz anos!
Também fiz anos de facto
no ano transacto
e nos precedentes
Dias de Anos são festas recorrentes
dias de alegria abrangentes
sem mácula de nostalgia
mais votados a viver que a morrer
a fazer anos que a anos desfazer
Vivemos no encanto de quem amamos
por isso eu anos não conto
nem anos desconto
quantos faço ou desfaço
Embora já tenha muito que contar
e continue a reclamar
o quanto ainda não amei
e o muito que tenho para amar
A festa de anos é sempre um clamor de amor
um louvor de alegria
mede a idade da amizade
a poesia da felicidade
Aqui deixo e não desleixo este conselho
que é uma prenda de aniversário
a quem for mais novo ou da mesma idade
mais velho por feliz sortilégio
dado que a vida é um fadário
Não seja demente
faça anos sempre em festa
não conte os que lhe resta
nem ao passado remonte
estar vivo é privilégio
e fazer anos um presente
Vale de Salgueiro, sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Henrique António Pedro
Com este poema agradeço a todos que tiveram a amabilidade de se
associar ao meu aniversário, na impossibilidade de o fazer a cada um de per si.
Bem hajam
sábado, 3 de dezembro de 2016
Deus?! Deus é assim como Deus é.
Deus é como Deus é
é assim como o Amor é
Só o vê e sente o Amor
ou no Amor crê
quem vive apaixonado
Deus é como Deus é
é assim como o Saber é
Só sabe quem procura saber
enamorado
Deus é como Deus é
é assim como a Verdade é
Só a conhece quem a pratica
desapaixonado
Deus é como Deus é
é assim como a Felicidade é
Só a tem
quem com esperança
a espera
Deus é assim como Deus é
Nós apenas apenas desconfiamos
mesmo se acreditamos
como Deus é
Deus é como Deus é
Só Ele sabe como Ele é
Vale de Salgueiro, segunda-feira, 4 de Outubro de 2010
Henrique A. Pedro
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Quem é quem amo?
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
A pensar que penso só porque penso que penso
Fico parado
por vezes
a pensar
A pensar que penso
só porque penso
Alheado por fora
fascinado por dentro
Sem me aperceber
sequer
do vento
que por dentro
me perpassa
sem graça
vazio de sentimento
nem quente
nem frio
A olhar o vazio
sem adormecer
a pensar que penso
só porque penso que penso
Fora de mim a mim nada me diz
dentro de mim a mim nada me
digo
sem penas nem dilemas
em minha mente
o meu coração nada sente
apenas penso
no meu umbigo
Entremente
rumino poesia
regurgito poemas
somente
A pensar que penso
simplesmente
demente
só porque penso que penso
Vale de Salgueiro, domingo, 11
de Julho de 2010
Henrique António Pedro
terça-feira, 29 de novembro de 2016
E o meu espírito assim se redime
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Não guarde para si a última bala
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Um homem apaixonado
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Amar nunca é demais
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
É na escuridão mais escura que a alma mais luz
Abro
o livro e leio
o
meu espírito espevita
Ouço
a voz seca de Séneca
que
em seu douto pensamento
há
séculos
ao
vento
grita:
“Deixarás
de ter medo quando deixares de ter esperança.”
É
a mim que me ouço qual criança em desassossego
À
luz do dia em agonia
perco
a esperança
já
medo não sinto
mais
a minha alma anseia
No
escuro melhor me escuto e me vejo
mais
claro é o que procuro
e
o que desejo
E
no silêncio da ideia
em
mim renasce
divino
enlace
Abro
o livro
leio
e
releio “A Noite Obscura” de João da Cruz
É
na escuridão mais escura
que
a alma mais luz
Henrique
António Pedro, Vale de Salgueiro
3
de Fevereiro de 2008











