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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Deus acaba de abandonar a Terra


 
 


Cantavam como que um cântico novo diante do trono, diante dos quatro Animais e dos Anciãos. Ninguém podia aprender este cântico, a não ser aqueles cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da terra.
(Apocalipse 14,3)
Deus acaba de abandonar a Terra

A notícia está a ser veiculada pelos órgãos de comunicação social:
«Deus acaba de abandonar a Terra
goradas todas as tentativas de concertação»

Banido pelas forças do mal do seio da Humanidade
que armadilharam o planeta com arsenais nucleares
e  de permeio controlam todo o sistema vital
condenando o ar e a água à exaustão 
e as plantas, os animais e os mares à morte
melhor sorte não se espera de verdade

Todos os centros de poder planetário
foram tomados de assalto por criminosos
políticos odiosos sem moral ou religião
que sacrificam a Humanidade no doloroso calvário
da fome, da guerra, do vício e da corrupção 
e agora ameaçam explodir a Terra 

Espera-se o resgate dos justos a todo o momento

Apenas se aguarda que o Criador
designe os cento e quarenta e quatro mil
 que merecem o Seu gentil louvor
e determine o planeta de acolhimento

Vale de Salgueiro, sábado, 21 de Março de 2009
Henrique António Pedro


quinta-feira, 7 de abril de 2016

A minha alma é caos e cosmos


 


A minha alma é caos e cosmos

O mundo em que tudo existe
acontece
persiste
e desaparece

O lugar onde amor
e dor
coexistem

É o espaço em que giram todas as galáxias
e universos conhecidos
e os que estão ainda por descobrir

Onde as estrelas brilham
os ventos sopram
troam trovões
e palavras
se concertam em versos
e poemas

É o mundo em que batem corações
e se levantam questões
e dilemas

Sobretudo aqueles que ninguém entende
ou não têm resposta
nem dentro dela
nem fora de mim

A minha alma é caos e cosmos

O hiperespaço em que aconteço
e me mereço
sem saber que pensar
que dizer
o que fazer
a não ser
caminhar pé ante pé

É o templo
sem tempo
onde se acende
a chama da minha fé
e Deus
se transcende

sábado, 2 de abril de 2016

A ti quero amar-te de forma diferente




A ti quero amar-te de forma diferente

A ti

quero amar-te de forma diferente

da que ama toda a gente

 

Quero ter-te com ideias e poemas

sem suor e sem dor

sem palavras obscenas

 

Amar-te de verdade

com suavidade

alegria

e poesia

 

Excitar-te com mil beijos

mil mimos

mil doces súplicas

provocar-te os mais puros desejos

 

Deixar que teus lábios se abram em verso

e que ao tocar os meus soltem faíscas

que electrizem toda a pele

e incendeiem o coração

 

Esperar que o brilho dos teus olhos

acenda nos meus

a luz que ilumina

o Universo

 

Porque

se é o espírito que ama

a alma que sente

e a mente que tem prazer

então a paixão é o escopro

que cinzela no corpo

traços de Redenção

 

Vale de Salgueiro, domingo, 31 de Janeiro de 2010

Henrique António Pedro


terça-feira, 15 de março de 2016

ANAMNESIS




O mor desejo de um poeta é que a sua poesia seja lida.

Este espaço em que edito virtualmente os meus poemas está prestes a alcançar as 500 000 mil visitas o que é, para mim, motivo de grande alegria, pelo que lhe fico eternamente grato pela sua visita.

Anamnesis é a minha nova obra poética.

São 70 poemas em 175 páginas, com 7 ilustrações, produto de uma inspirada recoleção de memórias.

Anamnesis, na filosofia platónica, é a lembrança de acontecimentos de uma outra existência. Neste caso trata-se de uma radiografia poética de tempos e lugares em que fui feliz sem o saber.

Tempos, lugares e afectos que moldaram a minha personalidade e me provocam agora esta profunda saudade que é amor transfigurado em poesia.

Preço de Anamnesis -15,00 € (portes incluídos)

Pedido para: hacpedro@hotmail.com.


domingo, 21 de fevereiro de 2016

Tacteando a eternidade na obscuridade


 

Momento de abulia
triste
de desencanto
solidão e resignação

Massajo o meu próprio crânio
comprimo-o
arranho-o
quase me dá vontade de o esmagar
para assim me soltar
mas mais me entranho

E sinto uma agradável sensação
entre mim e mim
entre cada dedo de cada mão e o crânio
que retém a Razão

As ideias fluem
e refluem
pelos cabelos
para os dedos
e a espaços
pelos braços
retornam à mente

Percebo de repente
que a mim me acaricio
e me delicio
a afagar o meu ego
e a pensar

E assim me tomo
de uma doce e leve sensação
de serena calma

Dou-me conta que apalpo a alma
e tacteio a Eternidade
na obscuridade