Geia lá fora
há estrelas no céu
a luzir
ao luar
Àquela hora morta
durmo a bom dormir
A Natureza que me rodeia
enrolada em silêncio
e neblina
é uma menina
que seria malvadez
acordar
Mas eis que a inspiração
bate à porta
a preceito
sem timidez
Com pancadas fortes
rimadas
é um poema que quer entrar
que se obstina
em não se deixar esquecer
não tenho outro jeito
senão
de me levantar
Ossos do ofício de poeta
que teima em dormir
de alma desperta
Pois seja
Ei-lo!
Amanhã
de manhã
mal o sol raiar
cuidarei de o publicar
Vale de Salgueiro, domingo, 13 de Dezembro de 2009
Henrique António Pedro