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sábado, 29 de março de 2025

Ó santa sensualidade!


 

Sopra sorrisos etéreos

desejos flutuantes

de luxúria

 

Cruza as pernas com volúpia

como que a defender a virgindade

 

Lança olhares faiscantes de alvorada

raios mornos de pôr do sol

 

Solta nuvens de fumo

que se evolam do cigarro

que rola nos lábios

como se fossem malmequeres

floridos em tardia Primavera

 

Liberta bolas de perfume

irisadas de provocação

que me estouram no rosto

sem que me toquem o coração

 

A sua santidade é de pau carunchoso

e o seu amor

cavernoso

é forçoso dizê-lo

 

Ó santa, sensualidade!

Erotismo e água benta

cada um toma a que quer

 

Não!

Já não sou mais criança

e ela não é mais mulher

só porque assim

seráfica

se oferece

a um qualquer

 

         Vale de Salgueiro, segunda-feira, 8 de Agosto de 2011

         Henrique António Pedro

 

in Mulheres de amor inventadas

Copyright © Henrique Pedro (prosaYpoesia)

          1.ª Edição, Outubro de 2013