Deixo-me ficar parado
mudo
ensimesmado
a ver a chuva cair
embora sem sequer a
sentir
O meu pensamento,
porém, anda por perto
bem por dentro de mim
e nem mesmo a mais
forte rajada de vento
me faz acordar
e regressar
à realidade
circunscrita
É como se eu fora um eremita
orando
resguardado das
tempestades do tempo
e do trovão do seu
coração
Que passa os dias
parado
meditando
ensimesmado
a ver a chuva cair
embora sem sequer a
sentir
por saber que a
paixão
nesse ínterim
não leva a lado
nenhum
mas o amor
sim
Vale de Salgueiro, quinta-feira, 15 de Abril de 2010
Henrique António Pedro