Diverte-se
a escrever poesia com o olhar
para
eu ler na minha imaginação
A soprar
palavras e perfumes
que
sabe ateiam lumes no meu coração
Eu
fico aflito por não saber se é lícito
o
terno erotismo que leio
nem
donde veio
aquele
seu interesse por mim
Peço-lhe
que seja mais explícita
ainda
assim
que
se deixe de cinismo
Que
me mostre que não sofro de daltonismo
que
me belisque
que
pouse a sua a mão no meu coração
Responde-me
com crueldade
fazendo
valer a sua falsa verdade
dizendo-me
que é apenas poesia
uma
sua e minha divertida fantasia
o
que de facto condiz
E ainda
mais circunspeta me diz
que
não vá o poeta além do poema
De
pronto
sem
condição
como
que por magia
este
tonto dilema
vira
pura contemplação
Vale
de Salgueiro, domingo, 13 de Março de 2011
Henrique
António Pedro