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sábado, 10 de abril de 2021

Sinfonia do fim do mundo


Começará lá pelo extremo Oriente

por certo

pelo fim do mundo distante

ao som de harpas

uivos de vento e trovões

rugidos de leões

gritos de gente demente

não aqui por tão perto

 

Terei tempo de me pôr a salvo

antes da hecatombe aqui chegar

e de o tudo reduzir a nada

e o nada a coisa nenhuma


E se por ventura não acontecer já na próxima alvorada

voltar-me-ei, então, para poente

e louvarei o Criador

como sempre

 

Ele que pôs o Sol a girar com formosura

conferiu à Terra a sua diária rotação

e a mim me põe a sonhar sonhos que ninguém sequer

será capaz de imaginar

ou sentir em seu coração

por maior que seja a loucura

 

Pedir-Lhe-ei que se um dia

decidir pôr termo a esta insana Civilização

que a tantos faz sofrer

o faça com brandura e poesia

sem dor

ao som de uma sinfonia de embalar

com mil coros de anjos a cantar

para os justos adormecer

e salvar

o Amor

  

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 15 de Junho de 2009

Henrique Pedro