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sábado, 29 de maio de 2021

À janela à espera da próxima revolução



À janela à espera da próxima revolução

 

Foi a vida ou talvez não

 

Talvez o Governo sem noção de Nação

que lhe atou os pés e as mãos

lhe abafou o coração

a deixou louca

 

Não lhe vendou os olhos

nem lhe tapou os ouvidos

nem lhe calou a boca

e demais sentidos

 

Continua a ver

a ouvir

a falar

atenta ao mundo

embora sem nada mais poder

por agora

que fazer

 

Esta mulher à janela é o retrato da Nação

 

Mergulhada no conformismo desconcertante

de amargura instalada no coração

angustiada

a esperança a mantém acordada

vigilante

 

Foi a vida ou talvez não

 

Talvez o Governo sem noção da Nação

 

Está atenta

à janela

preparada para o que der e vier

à espera da próxima revolução

 

Que venha ela

 

Já!

 

Mas que seja de amor

de verdade

 

De salvação!

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 18 de Agosto de 2010

Henrique António Pedro