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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Elegia de Outono


 

Há roseiras a rosir

agora pelo Outono

frágil entono

quando as romãs começam a rir

e os ouriços no alto dos castanheiros

altaneiros

quase

quase

a parir

 

E as andorinhas

a partir

 

A atmosfera

e os campos

ensaiam simulacros de Primavera

por todos os cantos

mas a cor dominante não é o verde fulgurante

pintalgado de papoilas e malmequeres

e da sensualidade desnuda das mulheres

 

São tons quentes de castanho

de folhas amarelecidas

que se vão desprendendo pelo vento

de árvores entristecidas

simulando alegria

em derradeiro arreganho

que é  lamento

elegia

pura poesia

 

Só as mães

depois que lhe morrem os filhos

não voltam mais

a sorrir

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 23 de Setembro de 200920101011

Henrique Pedro