(in Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016))
Naquela curva do caminho
da colina onde moro
aprendi a andar
a tropeçar
a cair
e a me levantar
A subir
para contemplar o vale
de cima
A descer
para debaixo
ver o cume
E a mudar de direcção
para incólume
poder
seguir adiante
Agora
que já me não dá prazer
subir ou descer
a correr
esfusiante
como quando menino
apraz-me, contudo, parar a meio
Para pensar
repensar
e respirar
em ar aberto
para repor o coração
a bater certo
em seu anseio
Naquela curva do meu caminho
uma simples volta na ladeira
da colina onde moro
Vale de Salgueiro, sexta-feira, 31 de Dezembro de
2010
Henrique António Pedro