Sinto
o corpo levitar
sem
da alma se separar
Agarro-me
a mim mesmo
em
desespero
sinto
medo de ainda assim me ver
a voar
qual
pedra a flutuar
no
ar
Penedos
tredos
medos
pesados
enormes
disformes
em
mil imagens
e miragens
em nuvens
negras
projectados
Pesadelos
sonhos
enfadonhos
que
rasgam a Razão
explosão
que
implode o coração
Antes
fossem folhas
pétalas
penas
etéreas
como o pensamento
que
a mais leve aragem
o
mais brando vento
faz
voar
Mas
eu sou corpo e sou espírito
sem
me angustiar
cristão
constrito
pedra
de altar
em que a minha vida
dorida
se irá consumar
Vale
de Salgueiro, sexta-feira, 29 de Outubro de 2010
Henrique
António Pedro