Alguém
fora
do espaço e do tempo
nos
surpreende a lamber as feridas
do
último combate dentro de nós
e nos
pergunta quem somos
Respondemos
de pronto erguendo a voz:
Somos
filhos do Sol e de Gaia
nossa
mal-amada mãe
temos
a Lua como aia
Vivemos
do seu ar e da sua água
de
angústia apresada
e
de sonhos de cambraia
E compomos
melodias de pensamento
que
tangemos com o coração
para
espalharmos no vento
versos
de amor e amizade
poemas
de verdade
gritos
de razão
Olhamos
a Lua
que
iluminada
estua
nela
nos vemos ao espelho
a nossa
vaidade se esvai
Somos
filho do Sol e de Gaia
nossa
mal-amada mãe
criados
por Deus Pai
ante
quem ajoelhamos
em
acto de contrição
Henrique
António Pedro