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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Descolonização

 


O sangue da criminosa

insidiosa

descolonização

ensopou o chão

e maculou a História gloriosa

 

E o verde-esmeralda do mar interior

mar mediterrânico de amor

debruado de lampejos doirados

pintalgou-se de botões de rosa pálidos

tantas foram as desilusões

e os enganos

 

De pronto, porém, um arco-íris de paixão

qual grinalda florida

armou ponte sobre os oceanos

 e à paz deu guarida

no mais nobre coração

 

Já a larva voraz da saudade

se transmuta em borboleta colorida

em versos de rima redimida

estrelas e cometas a alumiar 

poetas poemas a declamar

almas a bater palmas

 

A História não é a má memória

e só o  amor com seu querer

pode bem descolonizar

 

A mim ninguém me vai ver a acenar

a dizer adeus

 

Sempre nos poderemos voltar a abraçar

nem que seja no meio do mar

 

Vale de Salgueiro, quinta-feira, 4 de Março de 2010

Henrique António Pedro