O sangue da criminosa
insidiosa
descolonização
ensopou o chão
e maculou a História gloriosa
E o verde-esmeralda do mar interior
mar mediterrânico de amor
debruado de lampejos doirados
pintalgou-se de botões de rosa pálidos
tantas foram as desilusões
e os enganos
De pronto, porém, um arco-íris de paixão
qual grinalda florida
armou ponte sobre os oceanos
e à paz deu guarida
no mais nobre coração
Já a larva voraz da saudade
se transmuta em borboleta colorida
em versos de rima redimida
estrelas e cometas a alumiar
poetas poemas a declamar
almas a bater palmas
A História não é a má memória
e só o
amor com seu querer
pode bem descolonizar
A mim ninguém me
vai ver a acenar
a dizer adeus
Sempre nos poderemos
voltar a abraçar
nem que seja no
meio do mar
Vale de Salgueiro, quinta-feira, 4 de Março
de 2010
Henrique António Pedro
A descolonização foi uma tragédia, porém sonhamos e desejamos -a juventude militar- que finda a guerra nascesse uma comunidade luso-africana de mulheres e homens livres e iguais. Foi o nosso sonho de jovens tenentes, mas parece que esse tempo tinha passado... abraço asilva
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