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segunda-feira, 9 de outubro de 2023

No limiar da minha lembrança de criança

 


No tempo em que a minha lembrança

de criança

se inicia

 

E no meu entendimento

embora fosse Deus alguém que eu desconhecia

admitia

ainda assim

que fora Ele a criar meus avós

primeiro

e meus pais

depois

 

Embora fossem meus pais

que eu conhecia melhor

ainda assim

que moviam sós

todo o mundo só para mim

 

Eu nem sequer me conhecia a mim tão bem

como conhecia meu pai e minha mãe

 

Com eles partilhava um mundo que era só meu

que melhor eu bem compreendia

e sentia

porque ainda não sabia

que coisa era a dor

 

No limiar da minha lembrança de criança

não havia espaço sequer

para o sonho, o temor ou a esperança

ou para o que a Deus aprouver

 

Porque esse meu mundo era um mundo só meu

 e era só puro amor

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 3 de Agosto de 2010

Henrique António Pedro