A poesia de amor não passa de uma farsa
de uma momice
de uma doce aldrabice
De uma mistificação rimada
declamada
cantada
decantada
e nem sempre bem-intencionada
A poesia de amor é um fingimento de sentimento
uma perda de razão
É um chorrilho de fantasias e falsidades
de meias verdades
de falsas alegrias
de piruetas e caretas
de esgares próprios da paixão
A poesia de amor não passa de uma farsa
com que o poeta
com versos perversos se disfarça
A poesia de amor é um paradoxo
uma desgraça
um meio pouco ortodoxo
de redenção
A poesia de amor é uma sublime encenação
Vale de Salgueiro, quarta-feira, 14 de Março de
2012
Henrique António Pedro