Não sou eu o maior do mundo
tão pouco o desejo
ou o quero ser
mas…
Olho-me ao espelho
e embora me não veja
porque sou muito mais que imagem
gosto do que vejo
Gosto
porque vejo o brilho da poesia
no meu olhar
e nos meus poemas projecto
a minha infinita capacidade de amar
a irrecusável predisposição
do meu coração
para se dar
de verdade
Gosto do que vejo
porque amo o Céu
a Terra
o Mar
a vida
a Humanidade
Gosto
porque amo de mil formas
imensa gente
embora assim de repente
apenas me lembre
daqueles a quem amo mais
Olho-me ao espelho
e embora me não veja
porque sou muito mais que imagem
gosto do vejo
Embora lá no fundo
não me pareça
que eu seja
o maior do mundo
Vale de
Salgueiro, sexta-feira, 19 de Novembro de 2010
Henrique António
Pedro