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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

50 Sonetos de Amor (XXXVIII Teme viver quem morrer teme)



 

Teme viver quem morrer teme


Esse estranho medo de morrer

Advém de se saber um ser mortal.

Assim, teme morrer sem o querer

Quem bem se sente vivo, afinal

 

Já o anormal medo de viver

Advirá de se saber imortal

Mas temer sofrer, depois de morrer

Ainda mais e de maior mal

 

Se eu temo viver e morrer eu temo

Entrego-me, então, na mão do demo

Duvidando da imortalidade

 

Bem melhor será amar de verdade

Acreditar, sim, na Felicidade                   

Fazer fé no Amor do Pai Supremo

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 1 de Outubro de 2010

Henrique António Pedro