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sábado, 13 de abril de 2019

Para ler de olhos fechados




Para ler de olhos fechados

Lanço desejos e ambições ao fundo do mar 
páro de me pasmar com o mundo

Cerro a porta do palácio das ilusões
abro a janela da alma
por onde flui a calma brisa da solidão

Apoio os cotovelos na mesa e afago o crânio

Apago a luz
nenhum oiro agora reluz
só o meu espirito brilha
fosforescente
em minha mente

Fecho os olhos

Tapo os ouvidos

Solto a imaginação

Aponto os olhos do espírito além do horizonte
escuto os sons que me chegam das profundezas do Cosmos

Fixo-me no sonho
a realidade é agora mera ideia

Se quero transformar o mundo
devo começar por mim primeiro

Escrevo uma oração em minha mente
súplica ou devaneio
declamo-a na razão e no coração
de permeio

Rezo

Falo com Deus

Acordo porque adormeço
sem que meu corpo entorpeça
e a vontade esmoreça

(Leia este poema, amigo
veja o mundo profundo
de olhos fechados
embaraçados de lágrimas)


Vale de Salgueiro, quinta-feira, 11 de abril de 2019
Henrique António Pedro