Há
quadros dependurados
inclinados
no
mural da minha memória
Que
me apraz deixar assim
empoados
contrastando
com as colunas jónicas
que
alicerçam a lembrança
São
eventos suspensos no tempo
efeméride
efémeras
Quimeras
de
que já nada se espera
Amores
que se diluíram em dor
até
se esquecer
Afectos
pendentes
para
sempre
a
fazer-me lembrar que a história
se
não faz de memória
mas
de esquecimento
Esquecer
não é apagar da recordação
é
varrer do coração
Anamnese
é a exegese
de
uma paixão
Vale de Salgueiro, sábado, 11 de Agosto de 2012
Henrique António Pedro
NOTA : Publicado posteriormente no livro de poemas Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016)
Depósito legal: 404160/16
ISBN: 978-989-97577-52