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sexta-feira, 22 de março de 2013

Anamnese



Há quadros dependurados

inclinados

no mural da minha memória

 

Que me apraz deixar assim

empoados

contrastando com as colunas jónicas

que alicerçam a lembrança

 

São eventos suspensos no tempo

efeméride efémeras

 

Quimeras

de que já nada se espera

 

Amores que se diluíram em dor

até se esquecer

 

Afectos pendentes

para sempre

a fazer-me lembrar que a história

se não faz de memória

mas de esquecimento

 

Esquecer não é apagar da recordação

é varrer do coração

 

Anamnese é a exegese

de uma paixão

 

Vale de Salgueiro, sábado, 11 de Agosto de 2012

Henrique António Pedro

 

NOTA : Publicado posteriormente no livro de poemas Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016)

Depósito legal:  404160/16  ISBN:  978-989-97577-52

 

 

 

3 comentários:

  1. Bom dia Henrique Pedro!

    Excelente poema, porém muito triste, onde só a recordação persiste. Um quadro, uma uma casa vazia, e uma cama fria.
    "Esquecer não é apagar da recordação"
    Espero que seja só um poema.

    Abraço,
    José.

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  2. Esquecer não é apagar da recordação
    é varrer do coração

    GOSTEI!!!
    E PARECENDO QUE NÃO...
    É MAIS FÁCIL VARRER DO CORAÇÃO!!!
    DO QUE APAGAR DA MEMÓRIA QUE, PRECISTE.... ENQUANTO O TINO EXISTE!!!

    LÍDIA

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  3. A intensidade dos versos, a forma nostalgica
    como bordas as palavras, segreda-nos
    um coração aberto para um amor transcendente.
    Gosto de ler-te, poeta e amigo,
    Beijo poético

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