Com o corpo confinado à Terra
de cabeça
tronco
membros
olhos
ouvidos
e demais sentidos
entregues à Mãe Natureza
Deixo que percorram os caminhos que lhes aprouver
animados pela energia telúrica que em leveza os leve
faça sol
chuva
ou neve
Enquanto eu
por instantes reduzido a um verso
a um lapso de luz intermitente
ausente
do espaço-tempo
sem sentido
nem vontade
voo no vento
de espírito espraiado por toda a dimensão do Universo
Demente
reincidente
só mais tarde caio na realidade
Vale de Salgueiro, 2 de Janeiro de 2013
Henrique António Pedro