Sou
isso sei
fogo-fátuo
fagulha a cruzar o
céu da vida
e do mundo
por entre miríades
de estrelas
Um grão de areia perdido
no areal
de uma praia sem fim
sem ser eterna
Uma bolha de ar que
rebenta
na espuma efémera
quando as ondas do
mar deixam de bater
as arribas
ou os desejos de
amar arrefecem
Uma folha que
vicejou
e acabou por tombar
amarelenta
levada no vendaval
por entre milhares
de folhas iguais
e que o jardineiro a
arrasta para o monturo
pelo Outono
Sei que não viverei
sempre
ainda assim vivo
para sempre
Sem limites
porque o meu limite
está além do
Universo
do verso do sentir
do reverso do devir
da razão do dever
e do ter que ser
Quem sou
não sei
nem sou
Introdução à
Eternidade
Copyright © Henrique
Pedro
1.ª Edição, Outubro
de 2013