Porque o Papa renunciou terá sentido recordar,
aqui e agora, o poema “Que renuncie. O
Papa!” que escrevi em 8 de Abril de 2010 e que se encontra no Youtub (http://www.youtube.com/watch?v=mBrGJxaYeGo) desde essa data, por amável deferência da
poetisa Vóny Ferreira, que o declamou e de Pipinhaferreira que produziu e
carregou o vídeo.
Nunca tive, nem tenho, a veleidade de que o Papa
o tenha lido ou venha a lê-lo. Não obstante, enquanto crente criticista, aqui
expresso a minha homenagem a Joseph Alois Ratzinger pelo seu gesto de
renunciar, que à partida qualifico de luminoso e que o poderá levar aos
altares; ou à mediocridade, se acaso a História vier a evidenciar causas mais
sombrias. Desejo veemente, contudo, que o Papa Bento XVI, por este seu acto,
venha a ser consagrado um moderno Santo Doutor da Igreja.
Que renuncie. O Papa!
O crime mais hediondo
A mais abjecta animalidade
A mais vil desumanidade
O vício mais repugnante
A pior pornografia
O pecado mais aberrante
A mais gravosa ofensa à Fé
Aí está:
A pedofilia!
E é facto de facto não localizado
Largamente generalizado
Até
No seio da própria Igreja!
Durante anos encoberto
Disfarçado
Tolerado
Mas que não mais se atura
E por mais isenta e imaculada que seja
A pessoa do Papa
Por mais sábia
E esclarecida a criatura
Deve auto-imolar-se
Sacrificar-se
Para que a Igreja
A si mesma se purifique
Que o Papa a si próprio se crucifique!
Para que a Humanidade se redima
Sem que Jesus Cristo de novo
Seja imolado
Crucificado
Para que o povo
De Deus
Que O ama e estima
Nestes tempos dementes
De choro e ranger de dentes
Na Igreja se reveja
Que renuncie. O Papa!
Vale de Salgueiro, quinta-feira, 8 de Abril de 2010
Henrique Pedro