segunda-feira, 18 de abril de 2016
Pétalas de esquecimento
Já não é
mais a flor amorosa
viçosa
perfumada
A rosa
inflamada
pelo desejo
despótico
que
germinava
no húmus
erótico
do seu
corpo juvenil
Já nem ela
sorri
só de se
lembrar
É agora uma
rosa estiolada
que
seguro pelo pé
já sem
fé
com
cuidado
contudo
Não com
medo de ser picado
mas
porque sei
que o
mais delicado
movimento
o mais
suave sopro de vento
a fará
despetalar
Foi o
sopro
o cicio do
tempo
perdido
o cio
que
colocou no vazio
do meu
coração
as
pétalas do esquecimento
Inexoravelmente
Já as
pétalas lhe caem aos pés
Já nem
eu sou
o que
fui
É cruel
mas é
Até
sempre
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Uma janela aberta a deixar o sol entrar
A
Primavera é um capricho
da
verdade
Uma
vertigem
um
vagado
um
delíquio de beleza
da
Natureza
Uma erupção
de sensualidade
Um sopro
de pós
de pólenes
de
poemas
de gotas
de esperma
e de pétalas
virginais
Um borrifo
de perfumes naturais
de odores
corporais
de suores
de aromas
de hormonas
de feromonas
Um
chorrilho de espirros
e notas
musicais
Uma
rapsódia de sorrisos
de chilreios
alergias
e fantasias
A
Primavera é uma janela aberta
a deixar
o Sol entrar
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Deus acaba de abandonar a Terra
Cantavam como que um cântico novo diante do trono, diante dos quatro Animais e dos Anciãos. Ninguém podia aprender este cântico, a não ser aqueles cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da terra.
(Apocalipse 14,3)
Deus acaba de abandonar a Terra
A notícia está a ser veiculada pelos órgãos de comunicação social:
«Deus acaba de abandonar a Terra
goradas todas as tentativas de concertação»
Banido pelas forças do mal do seio da Humanidade
que armadilharam o planeta com arsenais nucleares
e de permeio controlam todo o sistema vital
condenando o ar e a água à exaustão
e as plantas, os animais e os mares à morte
melhor sorte não se espera de verdade
Todos os centros de poder planetário
foram tomados de assalto por criminosos
políticos odiosos sem moral ou religião
que sacrificam a Humanidade no doloroso calvário
da fome, da guerra, do vício e da corrupção
e agora ameaçam explodir a Terra
Espera-se o resgate dos justos a todo o momento
Apenas se aguarda que o Criador
designe os cento e quarenta e quatro mil
que merecem o Seu gentil louvor
e determine o planeta de acolhimento
Vale de Salgueiro, sábado, 21 de Março de 2009
Henrique António Pedro
quinta-feira, 7 de abril de 2016
A minha alma é caos e cosmos
A minha alma é
caos e cosmos
O mundo em que
tudo existe
acontece
persiste
e desaparece
O lugar onde amor
e dor
coexistem
É o espaço em
que giram todas as galáxias
e universos
conhecidos
e os que estão
ainda por descobrir
Onde as estrelas
brilham
os ventos
sopram
troam trovões
e palavras
se concertam
em versos
e poemas
É o mundo em
que batem corações
e se levantam
questões
e dilemas
Sobretudo aqueles
que ninguém entende
ou não têm
resposta
nem dentro dela
nem fora de mim
A minha alma é
caos e cosmos
O hiperespaço
em que aconteço
e me mereço
sem saber que
pensar
que dizer
o que fazer
a não ser
caminhar pé
ante pé
É o templo
sem tempo
onde se acende
a chama da minha fé
e Deus
se transcende
sábado, 2 de abril de 2016
A ti quero amar-te de forma diferente
A ti quero amar-te de forma diferente
A ti
quero amar-te de
forma diferente
da que ama toda a
gente
Quero ter-te com ideias
e poemas
sem suor e sem dor
sem palavras
obscenas
Amar-te de verdade
com suavidade
alegria
e poesia
Excitar-te com mil beijos
mil mimos
mil doces súplicas
provocar-te os mais
puros desejos
Deixar que teus
lábios se abram em verso
e que ao tocar os
meus soltem faíscas
que electrizem toda
a pele
e incendeiem o
coração
Esperar que o brilho
dos teus olhos
acenda nos meus
a luz que ilumina
o Universo
Porque
se é o espírito que
ama
a alma que sente
e a mente que tem
prazer
então a paixão é o escopro
que cinzela no corpo
traços de Redenção
Vale de Salgueiro,
domingo, 31 de Janeiro de 2010
Henrique António Pedro
terça-feira, 15 de março de 2016
ANAMNESIS
O mor desejo de um poeta é que a sua poesia seja lida.
Este espaço em que edito virtualmente os meus poemas está prestes a alcançar
as 500 000 mil visitas o que é, para mim, motivo de grande alegria, pelo
que lhe fico eternamente grato pela sua visita.
Anamnesis é a minha nova obra poética.
São 70 poemas em 175 páginas, com 7 ilustrações, produto de uma
inspirada recoleção de memórias.
Anamnesis, na filosofia platónica, é a lembrança de acontecimentos de uma
outra existência. Neste caso trata-se de uma radiografia poética de tempos e
lugares em que fui feliz sem o saber.
Tempos, lugares e afectos que moldaram a minha personalidade e me provocam
agora esta profunda saudade que é amor transfigurado em poesia.
Preço de Anamnesis -15,00 € (portes incluídos)
Pedido para: hacpedro@hotmail.com.
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