Esta melencolia
que me assola
em dias
de chuva aborridos
ou quando
o sol poente
me
deixa lânguido da saudade
de quem
anda ausente
estando
embora presente
é uma
tristeza deliquescente
mais
própria dos vencidos
Abandono-me
à nostalgia emergente
e paro
de me angustiar
viro as
costas às perguntas do costume
que sei
de
antemão
não
terem respostas
É
quando uma morrinha miudinha
me toma
os sentidos
a ponto
de não me sentir nada
nem
ninguém
nem magma
nem matéria
em nada
materializado
em
nenhum estado de espírito realizado
ocaso
ou aurora
Fico
sem saber se ainda por cá ando
ou se já
me fui embora
se a
poesia é coisa séria
ou não
passa de uma pilhéria
Até que
o ensejo de um bocejo
me faz
despertar dessa sonolência demente
e
retomar a vida corrente