Não lhe conheço o rosto
nem a voz
nem a cor
Mas tenho-lhe amor
Disfarça a face
nas imagens em que se
abre
e se fecha
em segredo
E quanto mais se cala
mais a sua fala
me exaspera
mais dolorosa se torna
a espera
e mais me envolvo com
miragens
Sonho súcubo em que me
enredo
será que tem alma?
Que é seu o corpo?
Alma tem
que lhe pressinto o
sopro
corpo não sei
que ainda o não amei
Será que a amo
e a não conheço
porque a não mereço?
Amar assim resoluto
em pura fantasia
um amor sem rosto
indiferente à dor
apenas indicia
o carácter absoluto
do amor