Sentado à mesa da
insanidade
numa tasca escusa
barulhenta
que apenas gente
de má nota
a frequenta
Que importa!
Com uma garrafa
de poesia aberta
a beberricar
versos
e a bolsar poemas
A falar de mim
a gesticular
embriagado de
vida
sedento de amor e
verdade
Nada tenho para
esquecer
tudo tenho para
lembrar
Só mesmo a poesia
poderá ajudar-me a resolver
este meu dilema
este meu abstrato
desiderato
Por isso o
convido
Venha!
Sente-se aqui ao
pé de mim
mas não fique
calado
e beba
até cairmos ambos
para o lado
Talvez acabemos
por acordar
num banco de
jardim
no centro da
cidade
adormecida
Ainda antes do
sol raiar
decididos a mudar
de vida
Embriagados dessa
mística alegria a que se chama poesia
Vale de
Salgueiro, sábado, 28 de Agosto de 2010
Henrique Pedro