O destino cavalga as nuvens
disparando sobre mim
relâmpagos e trovões
Não sei que substância é a minha
quem é o eu que em mim habita
que força move o meu pensamento
que sentimento me comove
que verdade me acredita
Temo a mim
anjo serafim
no mundo das ilusões
em mim
me perder
No meu cérebro bailam dilemas
que florescem em poemas
garantes da minha glória
Sinto medo de os esquecer
sem outro meio de os
escrever
que não seja na memória
A menos que alguém
como eu perdido também
os queira declamar
Por força do amor amar
rendo-me ao vento divino
a mim
sem mim
me imagino
Vale de Salgueiro, quinta-feira, 14 de Outubro de 2010
Henrique António Pedro