No
outono da vida.
Os seus cabelos dizem não haver
no ar
a mais leve brisa do passado
Desnuda a alma
despenteia ilusões
que são outras tantas paixões
E atira beijos
sorrisos e desejos
de mel
já sem asas para voar
Que caiem na rua
e são pisados pelos transeuntes
que não se detêm
por não quererem ser
mal amados
Também eu reparei nela
postada seminua
à janela
Ouvi o seu chamamento para que a fosse libertar
Mas também eu já não levava tempo
para me perder
Já nada mais é
que uma rosa despetalada no Outono da vida
Oh, como é cruel!
A vida!
Vale de Salgueiro, domingo, 10 de Julho de 2011
Henrique António Pedro