Há roseiras a rosir
agora pelo Outono
frágil entono
quando as romãs começam
a rir
e os ouriços nos castanheiros
altaneiros
quase
quase
a parir
E as andorinhas
a partir
O céu
e os campos
ensaiam simulacros de
Primavera
por todos os cantos
mas a cor dominante não
é o verde fulgurante
pintalgado de papoilas
e malmequeres
e da sensualidade
desnuda das mulheres
São tons quentes de
castanho
de folhas amarelecidas
que se vão desprendendo
pelo vento
de árvores
entristecidas
simulando alegria
em derradeiro arreganho
que é lamento
elegia
pura poesia
Só as mães
depois que lhe morrem
os filhos
não voltam mais
a sorrir