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domingo, 30 de julho de 2023

A Luís Vaz de Camões




A Luís Vaz de Camões

 

Vi-te chorar nessa praia luzente

A lírica ave, esse teu amor

E como tu, triste, ruído de dor

Quisera sofrer lá no Oriente

 

Cuidando em mim como em ti fizeram

Dois olhos meigos eu quisera ter

E de puro amor por fim morrer

Como tu, como poucos que souberam

 

Canora lira geme novamente

Leda e saudosa melodia

Em tudo, em nada diferente

 

Do som que belas tágides tiveram

Quando desta terra se partia

Querido ser que em Babel depuseram

 

Chaves, Junho de 1964

Henrique António Pedro

 

 

 


sexta-feira, 28 de julho de 2023

Luas de mel

 



Lua de mel

                                                          

Quatro são as fases lúdicas da Lua

Que sempre muda de forma, brilho e cor

Quando ao findar do dia se debrua

De terno romantismo e meigo amor

 

Ao poeta que deambula pela rua

Vertendo em poesia a sua dor

É a paz da Lua que o apazigua

Banhando-o de luar e doce calor

 

Mas dizemos que a Lua é mentirosa

Porque minga se o Quarto é Crescente

E cresce no Minguante, indecorosa

 

A Lua Nova não se vê, é aparente

Mas a Lua Cheia que opa, cor-de-rosa

De amor doce como mel, é a mais ardente

 

Vale de Salgueiro, quinta-feira, 3 de Junho de 2010

Henrique António Pedro

 

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Pai, Mãe, Amor, Paz

 

 


Pai, Mãe, Amor, Paz

 

Há palavras que valem por si.

São palavras dotadas de alma!

Põem humanos em frenesi                                             

Mesmo ditas na maior calma

 

A primeira que eu proferi:                                                    

A palavra “Mãe”, leva a palma!

E a segunda que entendi:

A palavra “Pai”, só me acalma!

 

E por o mundo ir do avesso

Endireitá-lo, grande dilema!

Só a palavra “Paz” tem sucesso!

 

A maior de todas, confesso                               

É corpo e alma do poema

É “Amor”, chave do Universo

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 18 de Julho de 2008

Henrique António Pedro

 

 


terça-feira, 25 de julho de 2023

As rosas!

 


As rosas!

 

Rosas brancas, negras, rubras ou amarelas

Aveludadas, rugosas ou multicores

Numa só, a magia de todas as flores

Outras não há assim tão lindas como elas

 

Perfumadas ou inodoras, sempre belas

Iluminam os olhares com seu amor

Alegram os corações com as suas cores

Alindam os campos, os lares, as capelas

 

Mas as rosas têm certo jeito de amar

Por vezes malicioso e doloroso

Sempre arranjam forma certa de picar

 

Mesmo a quem as afaga, amoroso

Apenas com a ideia de as mimar

As rosas afastam com seu ar caprichoso

  

Vale de Salgueiro, terça-feira, 5 de Agosto de 2008

Henrique António Pedro

 

 

domingo, 23 de julho de 2023

As flores do meu coração

 


As flores do meu coração

 

Perfumadas ou não, pelas rosas tenho paixão

Mesmo se os seus espinhos me arranham a pele

Quando a tentação de cortá-las me impele

Mas elas acabam por lancetar meu coração

 

Também aprecio o cravo, a flor da Nação

Em Abril glorificado pelo povo alegre.

A tília é um amor pelo odor que expele

À mística açucena voto adoração

 

Laranjeira, amendoeira e a cerejeira

São árvores de fruto com flores de encantar

Artifícios da Mãe Natureza feiticeira

 

Especial afecto sinto pela sardinheira

Verde e rubra, aveludada e popular

Cheira a sardinha a flor do povo padroeira!

 

Vale de Salgueiro, 26 de Abril de 2008

Henrique António Pedro

 

sábado, 22 de julho de 2023

Uma mulher por Estação, porque não?!

 

 




Uma mulher por Estação, porque não?!

 

Tão pródiga é a nossa Mãe Natureza

Que em cada época a todos avia

Com flores e frutos da maior beleza

Que enchem as nossas vidas com alegria

 

Mas se houvesse uma maior justeza

O homem viveria com mais harmonia

Se tivesse essas benesses, com certeza

E amor mais ajustado por companhia

 

Uma mulher por cada Estação, porque não?!

De corpo e alma adaptada ao clima

Sendo leve, fresca, airosa no Verão

 

Com a Primavera, a romântica rima

No Outono mais convém dar paz à paixão

Já no Inverno, a fogosa, mais anima

  

Vale de Salgueiro, sábado, 10 de Agosto de 2008

Henrique António Pedro