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sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Porque não morrer de puro prazer?

 


Porque não morrer de puro prazer?


Porque haveremos nós de tanto sofrer

Continuando nesta vida a penar

Sem que nada, nem ninguém, nos possa salvar

Se fácil e gostoso, pode ser, morrer?

 

Porque não matarmo-nos de puro prazer

Em vez de passarmos os dias a chorar


Se até a paixão, instinto de amar

Sempre acaba por mais nos fazer sofrer?

 

Espera não viver sempre neste inferno                         

Quem crê que ser feliz no Além tem sentido

Porque também acredita que é eterno

 

E mais crê que Jesus, o Cristo, o Ungido

Nos veio, sim, resgatar, num gesto fraterno

Por isso viver é o maior motivo

 

Vale de Salgueiro, 28 de Abril de 2008

Henrique António Pedro

 

 

sábado, 5 de agosto de 2023

Aos poetas do “Facebook”

 


Aos poetas do “Facebook”

 

Andam, errando, pelo mundo além

Milhares de poetas e trovadores

Carregando suas dores e amores                               

Sem encontrar quem lhes dê lar, ou vintém!

 

Se batem à porta do Face, porém

Mesmo sem que ninguém lhes deva favores

Ou deles sejam, sequer, devedores

Logo lhe dizem: - Entra! Se vens por bem!

 

Muitos cá penduram pote e capote.

No Face fazem seu ninho com verdade.

Com eles conviver é sim, grande sorte!

 

Outros, poucos, só arribam por vaidade.

Que tomem outro rumo, um novo norte!

Deixarão apenas fumo e não saudade!

 

Vale de Salgueiro, sábado, 6 de Setembro de 2008

Henrique António Pedro

 

 

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Primeiro amor



Primeiro amor

 

Vem de mão dada com a Primavera

Ambas de mil flores engrinaldadas

De aromas campestres perfumadas

Encantado poeta as espera

 

Cantam amor e paz em toda a Terra

Entoando as mais belas baladas

Com as aves canoras afinadas                                               

São musas da poesia mais vera

 

Surgem lindas pelo amanhecer

A Primavera, a mulher amada

Primeiro amor em nós a nascer

 

Primavera! Poesia! Mulher!                              

Que lindas e alegres aliadas!

O poeta sonha. Deus assim quer!

 

Vale de Salgueiro, 12 de Abril de 2008

Henrique António Pedro                                                      

 


domingo, 30 de julho de 2023

A Luís Vaz de Camões




A Luís Vaz de Camões

 

Vi-te chorar nessa praia luzente

A lírica ave, esse teu amor

E como tu, triste, ruído de dor

Quisera sofrer lá no Oriente

 

Cuidando em mim como em ti fizeram

Dois olhos meigos eu quisera ter

E de puro amor por fim morrer

Como tu, como poucos que souberam

 

Canora lira geme novamente

Leda e saudosa melodia

Em tudo, em nada diferente

 

Do som que belas tágides tiveram

Quando desta terra se partia

Querido ser que em Babel depuseram

 

Chaves, Junho de 1964

Henrique António Pedro

 

 

 


sexta-feira, 28 de julho de 2023

Luas de mel

 



Lua de mel

                                                          

Quatro são as fases lúdicas da Lua

Que sempre muda de forma, brilho e cor

Quando ao findar do dia se debrua

De terno romantismo e meigo amor

 

Ao poeta que deambula pela rua

Vertendo em poesia a sua dor

É a paz da Lua que o apazigua

Banhando-o de luar e doce calor

 

Mas dizemos que a Lua é mentirosa

Porque minga se o Quarto é Crescente

E cresce no Minguante, indecorosa

 

A Lua Nova não se vê, é aparente

Mas a Lua Cheia que opa, cor-de-rosa

De amor doce como mel, é a mais ardente

 

Vale de Salgueiro, quinta-feira, 3 de Junho de 2010

Henrique António Pedro

 

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Pai, Mãe, Amor, Paz

 

 


Pai, Mãe, Amor, Paz

 

Há palavras que valem por si.

São palavras dotadas de alma!

Põem humanos em frenesi                                             

Mesmo ditas na maior calma

 

A primeira que eu proferi:                                                    

A palavra “Mãe”, leva a palma!

E a segunda que entendi:

A palavra “Pai”, só me acalma!

 

E por o mundo ir do avesso

Endireitá-lo, grande dilema!

Só a palavra “Paz” tem sucesso!

 

A maior de todas, confesso                               

É corpo e alma do poema

É “Amor”, chave do Universo

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 18 de Julho de 2008

Henrique António Pedro