BENILDE
in Mulheres de Amor Inventadas (1.ª Edição,
Outubro de 2013)
Benilde jaz agora
pálida, silenciosa e fria
num cemitério vivo
mundo de mármore e granito
onde mal se ouve um grito
o jardim das paixões desfalecidas
Para onde se remetem
os amores que arrefecem
ou são esquecidos
mas não morrem por completo
Não passa agora de uma estátua vazia
nua e fria
uma lembrança esculpida
petrificada
sem calor, cor ou sentimento
sem um único lamento
nem mais nada
Não obstante continuar viva
e a cruzar-se comigo no dia-a-dia
distante
e arredia
nem ela respira
nem eu transpiro
Mas não lhe quero mal
nem me inspira dó
nem raiva
tristeza ou alegria
Apenas e só
esta banal
poesia
Henrique António Pedro
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