Disse-lhe que a amava
ela acreditou
Alegrou-me a alegria
que o seu espírito extravasou
em beijos
abraços
e gritos
Muito mais do que eu esperava
desse amor que a espaços
eu vinha deitando a perder
Ainda sinto remorsos
confesso
contrito
de não lhe ter dito a verdade
por pensar
que mais a faria sofrer a ela
do que a mim penar
A verdade é que amo aquela mulher
não como ela me ama a mim
mas amo-a de verdade
ainda assim
Fico à espera que seja ela a descobrir
docemente e sem penar
que não a amo como ela quer
por ser diferente o meu querer
Esta a virtude que a mim me ilude
se é que há virtude em mentir
ainda que por amor sentir
Esta a razão de ser
desta amorosa
piedosa
mentira
Perdoa-me! Amor!
Vale
de Salgueiro, sábado, 12 de Junho de 2010
Henrique
António Pedro